Como já implodimos a educação Já rompemos com as instituições Não mais desejamos as mercadorias E nem ambicionamos vagas alegrias nada mais nos resta senão inventar nossa própria liberdade
Como já decidimos por nós mesmos Já nos convertemos ao deus interior Não mais precisamos de feitas interpretações E nem somos seduzidos por artifícios nada mais nos resta senão plasmar nossa própria arte
Como já explodimos toda forma Já destruímos toda ordem Não mais necessitamos de medidas E nem damos conta de coerencia nada mais nos resta senão contemplar os estilhaços do caos
Morcegos no forro, Ar condicionado, Vícios de tecnologia portátil; Um bom salário, Poeira, Intrigas, poder, ...Terra; Mentes tão pequenas pro convívio. E o martírio de remoer pontos de vista... Dentro do próprio e abarrotado forro. Mas há de se gostar disso. De tudo isso! No entanto anoitece, E é a vez dos morcegos. Que lançam-se no vôo cego. Com a paixão de quem encara sozinho o escuro! Iluminado pela liberdade.
Há uma bomba relógio que foi construída para todos nós...
Há um pulsar constante sob nossos pés Um tica-tac que atormenta nossa mocidade Uma invasão que aniquila nossas crianças Opera-se uma devastação em nossas almas Uma desertificação de nossos jardins Há soldados em nosso quintal Há fronteiras em nossos cadernos Há regras para nossa liberdade Há impostos sobre nossos pensamentos Institui-se molduras em nossas paisagens Manipula-se os desejos de nossos corpos Moldam-se os interesses de nosso comportamento
Há uma bomba antihorário comum a todos nós...
Há um pulsar constante em nossas mãos Um tic-tac que atormenta o poder Uma invasão pirata que resgata nossas crianças Opera-se uma reconstrução em nossas almas Uma adubagem de nossos jardins Há resistências em seu quintal Há limites em suas cartilhas Há liberdade para rasgarmos suas leis Há atitude além de nossos pensamentos Encoraja-se a desconfiguração de sua geometria Plasma-se os desejos de todos os corpos Derrete-se os interesses de toda a História
Tic tac tic tac tic tac tic tac É só uma questão de tempo paralelo...!
Consciente Coletivo - Uma Concepção Filosófica A consciência se desenvolveu sob a pressão da necessidade de comunicação (...) é apenas uma rede de comunicação entre os homens (...) resultado de uma terrível necessidade que durante muito tempo dominou o homem, o mais ameaçado dos animais; tinha necessidade de socorro e de proteção, tinha necessidade de seu semelhante, era obrigado a saber dizer essa necessidade, a saber tornar-se inteligivel; “saber” ele próprio o que lhe faltava, o que sentia, o que pensava.(...) A consciência não pertence essencialmente à existência individual no homem, mas ao contrário, à parte da sua natureza que é comum à totalidade de rebanho; que não foi, conseqüentemente, sutilmente desenvolvida senão na medida da sua utilidade para a comunidade, o rebanho;” Nietzsche
A CCP é um portal aberto para se projetar os fragmentos de mundo que se manifestam a nosso redor, para revelar a existência de infinitas Ilhas de Caos nesse oceano do conhecimento. Não serão esses fragmentos que vão nos salvar, mas sim as relações entre eles. É nas relações entre as coisas que está o poder de transformar. Aqui pretendemos acumular esses fragmentos de mundo, essas Ilhas de Caos, os pensamentos de cada mente-universo. E, depois, permitir que eles façam as conexões, que se construam pontes espontâneas, que se relacionem por si só, sem qualquer vontade de poder, desejo ou imposição de verdade que venha interferir. Trata-se de uma experiência de dar autogestão ao consciente coletivo, que ele se manifeste conforme sua própria natureza. São todas as mentes-universos que constroem a realidade em que vivemos, que plasmam o universo em que coexistimos, porque necessitam se relacionar, se interconectar, se apoiarem para sobreviver. Mas qualquer visão unificadora, qualquer imposição de monocultura, gera fronteiras entre essas relações. Então é necessário gerar a multiplicidade como luta contra o que é unificador, contra tudo que monopoliza o conhecimento e dele se apropria. Os avanços da física quântica, aplicada á filosofia e á mística, se traduz num novo paradigma, uma nova maneira de encarar o universo. O aspecto central desse novo paradigma é o deslocamento que leva dos objetos ás “relações”. São as relações entre as particulas de energia que manifestam a matéria, e que determinam a realidade que nós projetamos. A vida é constituída de relações, não de partes. São os valores que intermediam essas relações que se manifestam nessa realidade. As formas de poder parasitam essas relações, intervém nelas para moldarem suas expectativas, e constroem uma realidade que nos é imposta. Aniquila a espontaneidade dessas relações e deformam a sua natureza. O pensamento unificador impõe os seus valores entre as relações, molda uma realidade única dentro de um universo tão complexo e de múltiplas facetas. E, consequentemente, nos aprisiona, nos mutila, nos rouba as possibilidades de outros pensamentos. O pensamento unificador, aparentemente, nos dá a ilusão de coesão social, a sensação de que estamos todos de acordo e que por isso está tudo certo. Mas isso não passa de uma manipulação, de forças que se apropriam de nosso “instinto de rebanho” e nos conduza á uma vontade alheia a nós. São “efeitos de realidade” que nos dão a sensação de forma, realidade, individualidade, sociabilidade. Nos dá domínio de poder, pois cria uma espessura, nos dá materialidade. E quem produz em nós tais “efeitos de realidade”, e quais seus interesses? As estruturas de poderes, que nos quer despolitizados, nos fazer perder a plasticidade, a possibilidade de consciência múltipla. A mentalidade que protege somente o que é racional, que assassina todas as possibilidades de outras interpretações, que a geometria da mente estacione num só ângulo - o ângulo deles! Os valores, que constroem pontes entre as relações, devem ser transmutados, para manifestar uma realidade múltipla, diversificada, em que os pensamentos possam coexistir (em vez de disputarem e destruírem-se entre si). Tais valores devem ser naturais, que floresçam das próprias novas relações, e não valores impostos, determinados e avaliados pela moral de uma classe. Porque é lógico que, dando-se liberdade para as relações se manifestarem de acordo com sua própria natureza, tais relações construam valores baseados na liberdade! Toda mente-universo que se manifesta constroe um trecho do universo, plasma sua energia que é única e ao mesmo tempo universal. A visão múltipla alimenta o mundo, dá cores, vozes, é música, beleza, movimentos, fluxos de ritmos e saberes. Qualquer mutilação ou assassinato do pensamento diminui o mundo, é perda para o consciente coletivo, pois nos rouba a oportunidade de conhecer a multiplicidade de possibilidades que aqui se manifestam. Nos rouba a perspectiva de ver e conhecer o “outro”. São infinitos os caminhos que o universo proporciona, então por que ficarmos congelados, blindados numa única interpretação de mundo? Que tipo de força nos faz canalizar uma única fonte de vida do universo? Tais perguntas devem ser encaradas, devem ser postas na mesa, para que nos libertemos do caminho que nos foi determinado, que nos foi formatado. É preciso auto-enfrentamento, perguntas para si mesmo. A CCP, como um Portal do Consciente Coletivo, abre as portas de multiuniversos. Nenhum dos pensamentos aqui depositados devem ser hierarquizado, considerado mais fundamental que o outro, porque a intenção não é disputar uma verdade (uma verdade é um caminho único), mas revelar as infinitas manifestações de todas a mentes-universos que fluem na coexistência das idéias. Também não é somente depósito de idéias, é fonte para relações entre essas idéias, espaço para interconectar esses pensamentos, sem valores impostos, sem intervenção de qualquer desejo ou vontade de poder. A CCP não é um caminho, é ponte de relações que conduz á experiência livre entre todos os caminhos.
Sem mãos justapostas Sem corpos ajoelhados Sem hinos nem bandeiras Sem dorsos encurvados Sem a presença do estado Sem o consentimento dos parlamentos Sem olhos devotados à imagem Sem sonhos de consumo Sem a aprovação da academia Sem nota fiscal Sem submissão ao capital Sem vontade de poder Sem a mediação das máquinas Sem as cercas das nações Sem identidade social Sem palavras envenenadas Cem palavras fecundas Cem vontades de liberdade Cem vozes elevadas Cem versos malditos Cem ângulos de verdade Cem olhos visionários Cem mãos desarmadas Cem bocas escancaradas Cem corpos que amam Cem baleias que sobreviveram Cem florestas sagradas Cem horizontes para celebrar Cem pratos de comida Cem crianças selvagens Cem estradas para a realidade Cem terroristas iluminados
Todo fim de mundo pressupõe o recomeço de outro, dado a transitoriedade das coisas. Alguns planos do universo se desfazem e outros começam a se estruturar, tudo está em permanente transformação. São nesses tempos de recomeço (onde se revela a má interpretação de um apocalipse) que devemos resgatar toda beleza dos tempos que se vão. Guardar em nós o que houver de mais encantador neste agora, que imediatamente se desfaz. O conhecimento do caos, acima relatado, nos ensina que, apesar de todas as atrocidades por nós cometidas, nunca deixamos de semear flores. Não perdemos a capacidade de amar e dividir, ficou em nós a memória dos canteiros adubados, e que agora esperam por novas sementes.
É intenção da CCP trilhar por esses caminhos de transição, colhendo o conhecimento que foi gerado para amadurecer a semente que será lançada no novo chão. Esses são os tempos de construir de uma memória coletiva, de depositar o que fizemos e pensamos até aqui. A CCP pode ser vista como uma pretensão, uma tentativa de resguardar oconsciente coletivo, acumular as visões de mundo em combate a atual visão hegemônica do capital. Este que não pretende unir, mas unificar — o que é muito diferente — para fins de controle da memória coletiva, ou, em outras palavras, a serviço de um sistema ideológico do capital. A CCP pode ser encarada como um espaço/tempo anti-histórico, que faz resistência as relações de poder que se apropria do presente que vivemos, e nos condena ao peso do passado e ao temor do futuro. Para nós o Agora é nosso Caminho Sagrado.
Que esse consciente coletivo não nos envergonhe. Que não seja coisa manipulável, utilizado como forma de poder de um movimento de ressentidos, ou destinado a transformar-se em mercadoria. Que seja pretensão libertária. Que nos deixem pasmos diante de tamanha diversidade que a realidade comporta, que nos deixe maravilhados com a eternidade de todas as transitoriedades, que nos impulsione a melhorar o que é belo e a aprender com o que é feio. Que abra os olhos de nossas mentes a todas as possibilidades de existência que aqui pretende coexistir. Até que, enfim, encontremos as portas que nos levem a percepção de todos os universos que aqui convergem. Porque precisamos romper com o paradigma da competição, da propriedade do pensamento, do imperialismo da ciência, da exploração do trabalho, e preparar a próxima geração para os tempos em que a coexistência será uma necessidade, uma emergência de vida. Uma experiência inescapável.
Essas redes que agora nascem em todos os pontos do planeta estão se conectando, interagindo, e buscam compartilhar o conhecimento para sobreviverem ao grande desastre, ao colapso de civilização que se aproxima. Ou, mais precisamente, já está entre nós! Não se trata mais de oposição ao sistema, de luta de classes, de revolução, reforma ou revelação de algum messias. Esse tempo não mais nos pertence, já rompemos com a necessidade de impor alguma verdade. Trata-se agora da sobrevivência da espécie como entidade coletiva. Da descoberta e des(envolvimento) de um consciente coletivo que nos conduza à concepção de “todo”.
Acreditamos que devemos encarar todos os nossos erros, cometidos até aqui, como processos de aprendizagem. E não como pecado, imperfeição, ato inadequado, comportamento indesejável, coisa de bicho ou de gente que não virou gente. Somos criaturas em processo de transformação. Um eterno devir. Temos o direito ao erro na mesma proporção que temos o direito ao perdão e ao recomeço. Mas jamais devemos abrir mão da experiência, de vivenciar as coisas, de pensar e agir conforme nossos sentidos e desejos, e, depois, transformar o que nos indigna.
Aqui uma vez já foi dito que não pretendemos a perfeição. Revelar alguma verdade. Doutrinar algum caminho, ou gerar conceitos que cristalizem a passagem das coisas. Apenas oferecemos - a nós mesmos! - a possibilidade de vivenciar as coisas através de nossas próprias experiências, de trilhar nossas próprias buscas, de sermos filósofos sobre nós mesmos, e encontrarmos os caminhos da autoiluminação.
Não somos uma finalidade, um meio, um caminho. Somos tentativa direcionada. Não somos uma palavra posta, imposta, ou composta. Somos uma proposta. Não temos uma opinião formada, apenas construímos processos de formação de opiniões, e sem a finalidade impô-la como verdade. Não temos lógicas, não dependemos de respostas, pois até mesmo a ausêncianós mesmos. delas nos diz algo. Somos questionamentos! E são os questionamentos que modulam e, ao mesmo tempo, espatifam nossos corpos de plasma. A CCP desafia ninguém mais do que a nós mesmos.
Acreditamos que, ao se cooperar com a busca do conhecimento, ao se libertar a linguagemcompartilhar da sabedoria dos povos, será encontrado o ponto onde tudo converge. Onde tudo pode ser equilíbrio. Mas é preciso, antes de tudo, não temer ao caos. Aceitar a existência de suas dualidades positivas e negativas, e compreender que o conjunto dessas dualidades configura a força original do universo. Não temer ao caos significa não fugir ao desafio de ver, ouvir e sentir o “outro”, como se fossemos “nós” mesmos... É preciso aprender a enfrentar as nossas próprias ilimitações, e encontrar o caminho do meio das relações de poder, e ao através da balança do caos!
“Os impérios não sofrem o esvaziamento de seus propósitos na época em que são criados. É quando são estabelecidos que os objetivos são perdidos e substituídos por um vago ritual.
(...)
Toda civilização deve lutar contra uma força inconsciente capaz de bloquear, trair ou opor-se a quase todas as intenções conscientes de uma coletividade.
(...)
O senhor meditou por tanto tempo que adquiriu ilusões de imortalidade.
(...)
Mesmo seu império, meu senhor, viverá a sua época e morrerá.”
Frank Herbert (O Messias de Duna)
Todo poder está destinado a sucumbir,
Toda ordem é somente um vão de tempo,
Toda forma é apenas uma das possibilidades do caos...
Assim como todos os organismos, os impérios nascem, crescem, proliferam e morrem. Os impérios são representações dos homens (organismos). Advêm de um imaginário social, ou é tornado social por forças ideológicas, que os mantém durante determinado tempo histórico. As relações de poder, que geram sistemas que controlam indivíduos e sociedades, são reflexos da vontade de ordem de uma classe que está em evidencia no contexto histórico. Ou seria a classe dominante que produz as circunstancias históricas que conspiram a seu favor, para que estejam de acordo com sua vontade de ordem? De todo modo, não existe História. Mas sim o que é tornado Historia?!
A superação de um sistema de poder (do capitalismo no contexto presente) não se dá exclusivamente por pressões das resistências. Pelo contrário, estas geram mais informações. Disse Frank Herbert, em sua obra, “O que você despreza? Através disso será verdadeiramente conhecido”. Sua decadência é um evento natural. É um processo típico deste universo de transitoriedade, que corresponde ao mesmo ritmo de vida dos que o criaram. E é durante esta fase de decadência que as forças de resistência tomam volume o suficiente para se impor.
É sobre os ossos do império decaído que florescem as novas ordens. No entanto, toda força de resistência tende em ser a futura classe dominante! Suas visões de mundo vão emoldurar o próximo quadro histórico. E isto pode significar que o sistema, que agora decai, já foi consolidado, pois já sabemos produzir mercadorias, temos domínio da ciência. E o que tende a se erguer traz em si um novo desafio.
Seria um novo modo de produção? Ou um outro paradigma histórico?
O que agora submerge já foi superado, e todo conhecimento gerado durante o império desse sistema fica marcado na memória coletiva, tem reflexos diretos no inconsciente coletivo. Ao mesmo tempo revela suas dores, seus erros, suas deformidades, as mutilações de suas guerras. Nasce, a partir daí, uma emergência em transcender aos poderes passados, e desvendar as novas percepções. A nova mentalidade abre portas para outra fase histórica, centrada em outro modo de pensamento que reflete diretamente no seguinte modo de produção. Isso pode nos levar a pensar que os sistemas de governo (mesmo com todas suas forças de imposição e alienação), tendem a evoluírem no mesmo ritmo que os homens, seus geradores!
Mas quem gerou o conceito de evolução? Não foi o próprio homem? O paradigma de evolução está centrado no protótipo humano, baseado no progresso material. É um conceito puramente ideológico, antropológico. È sobre o domínio humano que os conceitos e valores são elaborados e aceitos. Fora disso, tudo é apenas manifestação do caos! Suas criações, os governos, tendem a acompanhar os ritmos e padrões dos que os criaram, porque são imagem e semelhanças, e foram concebidos na vontade de ordem dos homens.
Uma pergunta essencial deve ser feita então:
Os sistemas de governo contribuem para o homem, já que “evoluem” junto a eles, ou destroem a possibilidade da liberdade, que é a base da evolução de fato? A roda histórica, os ciclos das civilizações, as idades do homem, nos dão impressão de que tudo que virá será como sempre foi. Há esperança? Há uma luz no fim do túnel ou é um trem na contramão?
Erguendo teses
E por que hoje podemos compreender essa lógica? Por que, somente agora, é que podemos nos deparar com tal revelação? A resposta talvez esteja no tempo. Tudo gira ao redor do espírito do tempo. Nosso tempo, a Era da Informação, nos dá a oportunidade de conhecer e analisar esse ritmo, esse padrão universal, esse mesmo desfecho da história em eternos retornos.
A relatividade de Einstein se estendeu á relatividade das idéias, e isso nos concedeu a possibilidade de desalienação, de percebermos nossos próprios universos. Esse tempo é fecundo. Possui o espírito da transformação, pois conquistamos a possibilidade de encarar nossos erros coletivos. De confrontar nossos pontos de vistas individuais, embora todos eles sejam bastante relativos, e agirmos, enfim, de modo contrário á submissão do homem á qualquer forma de poder.
A geração presente, talvez, possue em suas mãos essa rica informação para poder quebrar este ameaçador paradigma histórico. Vimos, nas esquinas do ontem, que um muro separava dois mundos, e sua queda significava a queda de dois mundos. Agora marxistas e capitalistas marcham juntos sobre a terra devastada... Sim, sacrificamos a terra, que é o que temos de mais precioso. Não em nome das verdades, mas sim em nome das visões de mundo em que acreditávamos (ou que éramos levados a acreditar).
Nem nos demos conta de que tudo que acreditávamos nada mais era do que nossa vontade de ordem (nossa propensão a necessitar de ordem, a gerar os impérios sejam eles socialistas ou capitalistas) que ambicionavam dar forma ao caos. É nossa exigência de coerência, de verdade, de organização, que nos condena a querer unificar tudo o que, por natureza, é diverso. É a partir disso que nascem os sistemas de crenças que congelam o tempo e deformam nossas percepções acerca do Holismo de todas as coisas.
O espírito de nosso tempo é a tábua de nossa salvação.
Temos diante de nós o imperialismo do tempo presente: capitalismo informacional + cibercomunismo. Neste espaço/tempo, compreendido como contexto histórico e social, fluem todas as informações que podemos concentrar em conhecimento e, consequentemente, superar o que nos causa dor.
Os capitalistas e socialistas (que tiveram seu auge na guerra fria), talvez jamais pudessem imaginar tamanho poder de conhecimento que seus conflitos geraram, pois foram das redes de espionagens de guerra que brotaram as sementes da web. Também ignoravam, eles, a relação entre revoluções e reformas. Elas nos foram úteis. Nos demonstraram nossas tendências históricas, geraram essa informação tão preciosa.
Mas nós, no agora, já sabemos onde iremos parar com toda essa fria guerra! Bem diante de nós paira um universo de informação que nos leva ao universo da experiência coletiva. Sabemos, agora mais do que nunca, sobre as atrocidades que cometemos em nome de uma forma de poder. Podemos compreender nossa tendência a dogmatizar o pensamento. A cristalizar o nós do tempo, e impô-lo como conceitos. A doutrinar os métodos da ciência. E a arregimentar exércitos em nome de uma vontade (a exemplo da liberdade e da democracia), muitas vezes, alheia a nós e distante de seus valores.
Seria pura covardia não agarrarmos o espírito desse tempo para transformarmos o que se deve transformar, ou para romper os poderes que escravizam tanto os que exercem o poder, quanto os que são submetidos a ele.
Temos diante de nós a possibilidade de transcender ás formas de poder e abrir mão de governar algo ou alguém, que não a nós mesmos. Abrir mão de cristalizar o tempo, de manipular as forças, de monopolizar o espaço... Este é o tempo de amor ao caos, de intensificar a aventura humana, de rompermos com o processo histórico e descobrirmos a evolução dos indivíduos que, consequentemente, se estenderá á evolução da mente coletiva e, por conseguinte, a mente planetária.
Está em nossas mãos, nós, as gerações do conhecimento, ter a coragem e a ousadia e nos auto-enfrentarmos, auto-conhecermos, e, sobretudo, auto-governarmos.
O tempo é o senhor de todas as coisas. E nosso tempo nos encoraja:
É preciso negar toda forma, toda historia, todo segmento de poder, tudo que atrapalha o nosso mergulho no caos. E afirmar tudo que ilumina o espírito, que alimenta o corpo, que catalisa a coragem.
O tempo será o exercito que derrubará estas cercas,
Estes símbolos, estas bandeiras, estas logomarcas...
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